O meu olhar, sob o véu do silêncio, diz
pranteia ao luar de céus noturnos
encontra morada, é firmamento
esparrama versos calados, namora
em ti permanece, em olhos sobre tela
Sobre tela é espelho, é cortina
autoriza e dá o tom, o meu olhar
estampa instantes da íris menina, cresce
sanguínea mulher, quer
ora míngua, esquece
Este meu olhar, nu
areja a liberdade que povoa meus sonhos
inocenta a rudez de pegar-se de palavras
eleva a ponte do distanciamento
parto sem dor.
Miriam Li/Braga
Acrílica/lona (40 x25)