Aos pés do mandacaru, chorei...
A noite celeste de estrelas vestida
em silêncio poético, cai no árido dia
acorda desejos com a lua
sal das paixões desmedidas
Sincera, rasga o céu noturno em revelação
inocente instante de furor da beleza em brancura noturna
Suplício
a morte súbita da flor da noite se veste de luz
do primeiro sussurro da aurora para nunca mais
Meu olhar permaneceu no silêncio ardente
do rastro dos espinhos que sangravam perfumes sobre a terra agreste esparramados
Fitei o segredo da eternidade breve
e a nudez da beleza e da morte anunciada
ajoelhei-me em êxtase e dor
morri e renasci na mesma lágrima calma
Aos pés do Mandacaru, chorei...
era a poesia que me fitava.
Miriam Li/Braga
acrilica/esmalte/eucatex
(90 x 60)