Perfumes, espinhos... E a flor
Quando o abraço do teu olhar me consome
um cântico de eternidade silencia a rouquidão da noite
Estremeço
Fujo do punhal do tempo como quem morre a cada beijo
e renasce no sangue fervente da paixão
A carne é labareda insaciável
na vertigem onde a alma se perde
A poesia sai de si, goteja o poema no delírio que arde e corrói
Quando teus olhos de me querer florescem
atiçam perfumes, espinhos
E a flor
O que resta de mim senão o ardor de um verso cego
à beira do abismo quase morte da paixão.
Miriam Li/Braga
acrilica/papel camurça
(60 x 40) (em andamento)

