São três horas
na lembrança repousa o instante
tem a pele do segredo
tímido de enredo, insiste na fuga
A memória é gesto do passado
A saudade murmura suas lutas
envelhece o retrato
fiel, cambaleia sem alento
às portas da madrugada, vive
A verdade clareia à noite
despe a ilusão, inspira a palavra
cisca a lágrima perdida
Nuvens em céus líquidos, somos nós
São três horas.
Miriam Li//Braga
acrílica/ papel camurça ( 60 x 40 - cada)