O silêncio dos desejos
Há um verso esquecido no cárcere do poema
uma canção que grita além do som
o olhar estelar silencia o temor do açoite de palavras sem eco
Sensível como a crisálida ensaia o voo
em cada suspiro, uma estrela nascente
cada lágrima oculta finge sorrisos, querendo o céu
Um sopro de luz atravessa o silêncio
sustenta o desejo infinito
um vento mínimo de respiro
Lá fora, a rua carrega batalhas invisíveis
armas de incompreensão
a beleza do silêncio dos desejos represado é força subterrânea
não dito, é fúria e ternura que nenhuma língua de ferro pode calar
O rosto inocente ousa pedir apenas uma fresta no mundo hostil
tem sede, fome de transbordar
fecha as pálpebras de liberdade, resiste e volta a sonhar.
Miriam Li/Braga
Acrílica/grafite em pó/compensado
(70 x 50)
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