Como no filme As pontes de Madison...
No silêncio secreto das horas roubadas
dormentes desejos sangrei
versos calados para ti cantei... cantei
livrei segredos, despertando pássaros, querubins
Ah! Como eu te amei...
Nua rua, lua nua
gestos incertos, noites com tons de perfume, tingidas
Destinada aliança
ao sabor dos desejos, no compasso dos ventos
no teu abraço dancei... dancei
Sobraram ecos dos beijos confessos
esparramadas pétalas na frágil calçada
Ah! Como eu te amei...
presa entre o desejo de correr até ti
e a condenação de sobreviver estátua à sombra do nada
com o olhar em prantos derramado
vendo-te partir com metade da minha alma
Nos passos que ficaram pelo caminho
Saudade sepultada viva...
no abraço guardado
em cada jura silenciada
na boêmia poesia
No clarão da tempestade dos olhos teus
vivo a morrer lentamente
no deserto doloso da tua ausência
deixando em cinzas o destino
E a chuva
lavando as feridas da renúncia calada
no véu da noite final
A eternidade pode caber em quatro dias
era amor, sabemos nós
Ninguém te amou assim, nem há de amar...
como no filme As pontes de Madison.
Miriam Li
acrilica/papel camurça (60 x 40)
Pintura e poema inspirados no filme As pontes de Madison.