Voz de brisa

Voz de brisa 

Há amores que vivem apenas no olhar
a eternidade num instante 

Um fio de poesia percorre o poema  
se demora em versos calados
letras que só o silêncio do olhar sabe
falar 

Entre o olhar e o respiro 
o mundo, num suspiro, silencia
o poema estremece, se inscreve
gota a gota 

A poesia não narra o amor, ela o contém 
o amor, quando se olha, é segredo universal
promessa que o tempo ainda namora

Há um verso inteiro, em cada sílaba quieta entre nós 

Por toda a minha vida, este amor me habita
em suaves pousos clandestinos
da minha alma, no teu castanho olhar 

E o poema
com voz de brisa, geme: 

Só nós dois é que sabemos 
o que o instante cala. 

Miriam Li/Braga 

afresco grafite em pó 
parte de afresco ( 210 x 100)

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